Para entender o que é design, primeiro vamos fazer uma viagem ao passado.
Você se lembra de como era a vida duas décadas atrás? Bem, quem tem menos de 20 anos pode até não saber, mas, sim, houve um tempo onde não existia internet — pelo menos não como a conhecemos hoje —, quando as famílias se reuniam religiosamente aos domingos para assistirem TV aberta.
Agora, imagine que você tenha uma máquina do tempo para voltar um pouco mais e tente imaginar como era a vida há seis décadas. Ainda que talvez só nossos pais e avós possam se lembrar daquela época, a verdade é que além da internet e da Netflix havia outra coisa que não existia naquele tempo: marcas. Pelo menos não como nós as conhecemos hoje.
Perceba como a importância do design evoluiu de lá para cá. Longe do emaranhado de cores e imagens que vemos nas embalagens dos produtos de hoje, os supermercados da primeira metade do século passado eram lugares mais frios e com menos opções do que temos atualmente.
E justamente por isso não era necessário criar estratégias milionárias de marketing ou se dedicar fortemente ao design gráfico para fazer com que seu produto vendesse. Bastava ter uma boa qualidade e pronto.
No entanto, conforme os produtos foram se tornando cada vez mais parecidos e a diferença de qualidade foi ficando menor, fez-se necessário pensar em novas técnicas de venda para criar um diferencial, e uma das principais adotadas pelas empresas e agências de publicidade da época foi o design. Afinal, o que é design gráfico se não uma maneira de destacar, entre outras coisas, os diferenciais de seu produto?
Pode parecer estranho que tenham demorado tanto tempo para notarem a importância do design e seu papel nas estratégias de venda de um produto ou serviço, mas tão logo isso foi notado, nunca mais deixou de ser visto.
Hoje, todos os tipos de design (gráfico, de produto, web design, design de embalagens etc.) são mais do que um fator de influência no processo de compras: são também uma maneira de colocar no mesmo nível tanto empresas gigantes como marcas menores, e, se isso não bastasse, também podem transformar um simples produto em uma lovemark (marca amada e lembrada).
Ficou perdido por aqui? Então não se preocupe porque vamos abordar todos esses temas para que você entenda plenamente o que é design e quais são os tipos de design mais usados.
Mas antes vamos partir do começo, abordando todos os tipos de design e entender como eles ajudam uma pessoa a escolher o que colocar ou não no carrinho de compras.
O que é design?
Quando falamos da importância do design, muitas pessoas logo associam a palavra a coisas como móveis estilosos e caríssimos — como cadeiras amarelas cheias de curvas que valem mais do que uma passagem para a Europa — ou até obras de arte rebuscadas. Ou seja: só objetos com algum grande visual e nenhuma praticidade de uso. No entanto, o design é algo bem diferente disso.
Apesar de não existir uma resposta direta e objetiva sobre o que é o design, uma das explicações mais aceitas sobre o termo vem do arquiteto norte-americano Louis Sullivan, que dizia que design é “forma e função”, e que não deveria existir apenas por ser belo — senão acabaria se transformando apenas em uma obra de arte.
E já que o design precisa exercer uma função para as pessoas, nada mais justo do que entender como ele pode ser aplicado aos produtos para influenciar uma decisão num processo de venda — que, afinal de contas, é o nosso assunto principal.
Design de produto
O design de produto é um dos mais importantes de todos os tipos de design.
É aquele feito para o objeto principal, para o produto em si, e que deve levar em consideração a forma como o consumidor vai utilizá-lo.
É interessante perceber que alguns produtos, como chaleiras, por exemplo, normalmente mantêm o seu design básico por anos trocando apenas o material usado em sua produção. Já outros, como uma simples garrafa de refrigerante, podem sofrer mudanças mais bruscas, fazendo com que algum produto se torne icônico por causa daquele formato.
Foi o que aconteceu com o iPhone. Até o começo de 2007, todos os celulares do mercado tinham pelo menos uma coisa em comum: um teclado. Era impossível pensar numa outra forma de operar as funcionalidades do dispositivo.
Foi aí que a Apple lançou a primeira linha de iPhones, que não somente dispensava um teclado físico como mesclava internet, telefone e MP3 Player em um só lugar, mudando de vez as possibilidades de formato para esses aparelhos. Afinal, o que é design senão inovar, ser criativo e encontrar a melhor solução para os usuários de um produto?
Saiba mais: O que é design de produto?
Design de embalagens
Na maioria das vezes, é através da embalagem que o cliente tem o primeiro contato com o produto — e deste fato que vem a importância do design de embalagens na hora de uma marca vender bem o seu peixe.
Além de atraente, uma embalagem precisa também cumprir com maestria a tarefa de guardar e transportar um produto. O que, em alguns casos, pode servir como oportunidade para que o fabricante crie diferenciais daquela marca para as outras.
Foi o que aconteceu com a garrafa projetada pelo designer Earl R. Dean, em 1915, para a Coca-Cola. Até aquele ano, todas as garrafas de refrigerante eram iguais, porém, com a visão de Dean o produto ganhou uma nova embalagem, com contornos e nervuras que fizeram com que ela fosse distinguida das outras até mesmo no escuro.
Web design
Até o começo deste século, era comum usar a web apenas como uma forma de contato com a empresa produtora de um produto físico. Por isso, os sites exerciam uma importante função de conectar o usuário com uma espécie de SAC das marcas. No entanto, de lá para cá muita coisa mudou.
Nos últimos 15 anos, a internet ficou cada vez mais rápida, móvel e presente na vida das pessoas. Com isso, além de continuar prestando o serviço de antes, as páginas também aumentaram a sua capacidade de venda (e-commerces) e até se transformaram no próprio produto em si, como nos casos do Facebook e do Netflix, por exemplo, aumentando assim a importância do design na internet, para que os visitantes se tornem usuários fiéis.
Antes do Facebook aparecer, já existiram outras redes sociais que não conseguiram se tornar tão grandes quanto ele, e um bom motivo para isso foi a péssima usabilidade oferecida por alguns — tente se lembrar de como era complicado mexer com o Orkut.
O caso do Netflix é bem parecido e um ótimo exemplo do que é design de qualidade e com usabilidade. Com um acervo gigantesco (e bastante movimentado) de filmes e séries, a interface do Netflix precisa ser bastante intuitiva e simples para que sua base de assinantes continue preferindo o serviço às TVs abertas e a cabo.
Criar layout para landing pages é uma das especialidades da We Do Logos. Veja aqui exemplos de layout de landing pages criados por nossos designers para este pet shop online.
Design gráfico
Presente em todos esses casos citados até agora está o design gráfico, o campo do design que trabalha exatamente com a parte gráfica, com aquilo que é percebido de primeira até pelos mais leigos.
O que é design gráfico? Ora, seja num desenho do cartão de visita, no rótulo de um produto ou até num cartaz publicitário, o design gráfico tem a função de envolver o comprador e passar para ele um bom número de informações através de cores, fontes e formas, influenciando e justificando a compra de algum produto ou serviço.
Veja também: Os 7 pecados do Design Gráfico.
Design de serviços
Muito se engana quem acredita que a influência do design está atrelada apenas ao produto em si. Tão importante quanto uma boa embalagem, a experiência de uma compra também deve ser bem desenhada e projetada.
Marcas como a Sushiloko, por exemplo, sabem muito bem disso e fazem com que a pessoa se sinta “enfeitiçada” por todo um emaranhado de sentimentos em torno dos seus produtos. De olho no mercado de combinados de culinária japonesa de preço acessível, essa empresa — que faturou mais de 30 milhões de reais em 2014 — resolveu focar toda a sua atmosfera no público jovem, criando tanto uma comunicação mais leve, recheada de desenhos, como uma decoração mais descolada para as suas lojas, fazendo com que os clientes entrem ainda mais no clima do lugar
Mas vale lembrar que não há mágica por trás de tudo isso. Embalagens e sites não conseguem vender um produto apenas por existirem. Para que eles funcionem, é preciso também entender a importância do design em prol de uma decisão de compra.
A importância do design na decisão de compras
Em todos os casos que demos como exemplo, o design não surgiu por sorte. A Coca-Cola não ganhou sua famosa embalagem sem uma série de estudos e o iPhone não deixou de usar um teclado físico à toa. Todas essas decisões foram tomadas levando em consideração o que é design e sua relação com a forma e como as pessoas iam encarar e interagir com as novidades desenvolvidas.
Decisões que podemos entender quando compreendemos os efeitos das cores, formas e até posicionamento dos produtos na mente do público.
Cores
Nosso blog já tem várias dicas de como entender a psicologia das cores e até de ferramentas que podem te ajudar a encontrar a cor certa para o seu projeto, portanto, o que podemos completar aqui neste e-book é que a escolha correta da cor de um produto ou de uma identidade visual pode afetar diretamente suas vendas.
Televisores não são pretos por acaso, assim como chuveiros não tem o tom mais claro por acidente. Por isso é importante entender as razões que levam os fabricantes a usar essas cores e como elas afetam a sua decisão de compra.
Leia o post e baixe o arquivo: Infográfico: curiosidades sobre cores para design de marcas.
Fontes
Outro assunto que já abordamos em nosso blog foi o bom uso das fontes em seus projetos. Assim como acontece no caso das cores, as fontes também podem despertar sensações nas pessoas dependendo da forma como são aplicadas em suas artes — não por acaso, as fontes serifadas, aquelas com traços no final de cada letra, são mais usadas em produtos clássicos enquanto as não serifadas são comumente atribuídas a produtos mais jovens. Uma boa escolha desse ponto pode melhorar ou piorar as suas vendas.
Imagens
Fotos são processadas mais rapidamente por nossos cérebros do que textos, por isso elas podem ser usadas para favorecer bastante o processo de compra de um produto — mas atenção à qualidade delas!
O posicionamento dos produtos na hora da venda
Várias pesquisas já mostraram que colocar produtos mais supérfluos perto dos caixas, nas saídas dos supermercados, pode favorecer a compra, assim como deixar os produtos destinados para as crianças na parte inferior das gôndolas.
Além disso, em ambientes virtuais, colocar produtos relacionados em uma mesma página e indicar o que já foi comprado por pessoas com o mesmo perfil que o seu também podem incrementar o volume de vendas dos e-commerces.
Como você viu, são muitos pontos que devem ser levados em consideração para que o design possa realmente influenciar as vendas de um produto, e, como vamos mostrar a seguir, algumas marcas já se deram muito bem ao fazer isso.
Empresas que têm influência do design
Seja em conversas de bar ou em estudos de faculdade, sempre que o papo é design + marcas não é difícil prever alguns nomes famosos. Porém, vale sempre lembrar que não são apenas as marcas gringas as únicas a fazer bonito com as vendas graças a um bom uso do design. Veja só alguns exemplos do que é o design brasileiro:
Havaianas
Com a atual alta do dólar, não é raro encontrar alguém que pense em levar malas e mais malas dessas famosas sandálias para vender no exterior em busca de faturar uma nota. No entanto, até a metade da década de 90 as Havaianas, apesar de já serem “as legítimas”, não eram um produto tão desejado assim.
Consideradas como um produto mais “pobre”, a empresa precisou passar por um processo de rebranding e até de redesign — não existiam tantos modelos e tantas cores de chinelos assim antigamente e seus comerciais não eram tão bem elaborados como os atuais — de seus produtos para conseguir voltar a vender como antes e levar sua marca para o exterior.
Imaginarium
Conhecida no ramo de “fun design” no país, a Imaginarium é uma daquelas lojas onde é difícil sair sem querer levar algo para casa. Contendo todo tipo de utensílios para cozinha, sala, quarto e até banheiro, com visual e qualidade impecáveis, a marca foi criada pela arquiteta Karin Engelhardt Rosa e o médico Luiz Sebastião Rosa, um casal que sempre teve um ótimo olhar para o design e acabou levando isso para os produtos da empresa.
Com mais de 174 lojas espalhadas pelo Brasil e um faturamento que já passa dos 200 milhões de reais por ano, dá para perceber o que é design bem empregado nas mãos das pessoas certas: sucesso!
Cacau Show
Dono da maior rede de franquias de chocolate do mundo, o empresário Alexandre Costa tem muito que se orgulhar da sua famosa marca Cacau Show. Isso porque, além de ser uma das mais valiosas marcas do Brasil, essa empresa, fundada em 1988, também é uma das grandes referências do que é design de embalagens no país, já tendo levado até mesmo alguns prêmios para a casa — como foi o caso do design do panettone trufado (em 2009), do Crespus (também em 2009), do Livro de Trufas e o Display Casal Coração (em 2010), entre outros.
Além disso, desde 2013 todas as embalagens vêm destacando o foco que a empresa tem dado para a defesa do meio ambiente, apresentando símbolos de reciclagem do material e descarte seletivo.
Veja como a ESPM analisou o CASE Cacau Show.
O que é design, afinal?
Diferente daquele mundo de seis ou duas décadas atrás, hoje temos cada vez mais marcas no mercado.
Além disso, temos também novas formas de comparar produtos — até mesmo aqueles que não são necessariamente físicos. Por isso, é cada vez mais importante saber como usar o design como processo capaz de influenciar as suas vendas.
Com mais concorrentes de peso por aí, não basta apenas ter um bom produto: temos que saber como vendê-lo e como deixá-lo cada vez mais atraente. No entanto, não é preciso se desesperar.
Grandes marcas já mostraram que uma boa escolha de cores, fontes e até de reposicionamento nos locais de venda pode fazer toda a diferença nos lucros.
Portanto, não se esqueça de prestar bastante atenção na forma com que o seu produto está sendo desenhado e vendido, e, claro, nunca deixe esse trabalho na mão de alguém que não tenha experiência no assunto. Afinal, ainda não temos uma máquina capaz de voltar no tempo e recuperar seu prejuízo — mas com as ferramentas certas, é perfeitamente possível criar um futuro melhor!
Se sua empresa precisa de matérias de comunicação e design que sigam todas estas recomendações, pode contar com a We Do Logos, o maior site de concorrência criativa da América Latina. Nossos designers estão preparados para criar embalagens, layout de sites, nomes de empresa e muito mais. Veja o exemplo do restaurante Point do Macarrão, que desenvolveu toda sua identidade visual com a We Do Logos. Confia o Case de Sucesso Point do Macarrão.