Uma campanha de marketing bem-feita vai depender, entre outras coisas, de que você seja capaz de reunir dados dos visitantes do seu website ou blog. Do ponto de vista da sua empresa, isso pode parecer muito natural, mas esses possíveis clientes vão se perguntar o tempo todo sobre a sua política de privacidade.
Para evitar esse sentimento de insegurança que pode impedir um envolvimento maior com eles, vale a pena gastar algum tempo para colocar no papel e atualizar esse tipo de diretriz interna.
Afinal, passar uma imagem de transparência e credibilidade ao lidar com os dados deles pode afastar preocupações, gerar mais leads e melhorar suas métricas de marketing como um todo.
Entenda agora o que é política de privacidade, sua importância e como criar e manter atualizado um corpo de regras para lidar com as informações que os seus clientes compartilham com você na internet:
O que é política de privacidade e por que ter uma no seu negócio
Os benefícios do uso da internet avançaram rápido. Hoje, desfrutamos de muitas conveniências: podemos realizar compras online, pesquisar sobre qualquer assunto no Google, ler, escutar podcasts e ver vídeos que nos ensinam a fazer praticamente tudo sozinhos.
O preço a pagar por tantas comodidades é que navegar de forma anônima tem ficado cada vez mais difícil. Sites, blogs e plataformas armazenam dados sobre nossas pesquisas, preferências, visualizações e compras com e sem a nossa autorização.
Para muita gente, isso cria um mal-estar e torna constante aquela sensação de ser vigiado.
Ao separar tempo e recursos da sua empresa para colocar num papel, documento eletrônico ou página do seu site as normas que você segue para utilizar esses dados de uma forma ética e razoável, você dá um grande passo para acabar com esse mal-estar.
À primeira vista, isso pode parecer um esforço e tanto e, de fato, vai exigir de você algum conhecimento de legislação ou uma consulta com um especialista jurídico.
Mas os seus efeitos a médio e longo prazo serão muito benéficos para a sua empresa.
O aumento da confiança que os leitores depositam na sua marca contribui bastante para atingir os principais objetivos de uma campanha de marketing: valorizar seus negócios, criar uma relação próxima com o seu consumidor e passar uma imagem de credibilidade, transparência e autoridade.
Além do mais, esse tipo de satisfação vai ser exigida de você em várias ocasiões. Um bom exemplo são os anúncios do Google — ou Google AdWords — que costumam fazer da política de privacidade um requisito para permitir que você crie propaganda online.
Tipos de negócio em que a política de privacidade é fundamental
No fundo, o correto seria que toda empresa presente no ambiente virtual — o que em breve vai significar 100% delas — tivesse um mecanismo efetivo de comunicar aos seus clientes como os dados deles serão utilizados.
Embora isso ainda não aconteça com todas elas, há alguns tipos de negócio para os quais é essencial ter uma política de privacidade. Conheça alguns:
E-commerce
Ao ceder dados como números de documentos e cartões de crédito, qualquer internauta sente aquele frio na barriga.
E há vários tipos de golpes sendo aplicados para roubar esses dados, desde clones de páginas de e-commerces famosos até links que instalam softwares “espiões” nos computadores dos usuários.
Se você tem uma loja virtual, é absolutamente indispensável — além de ser obrigatório por lei desde a instituição do Marco Civil da Internet — ter uma política de privacidade visível para qualquer pessoa que deseje realizar uma compra.
E quando dizemos visível, queremos dizer que deve haver links em vários lugares, que o usuário a receba por email antes de uma compra e muito mais.
Dados financeiros como números de cartão de crédito e documentos devem ser protegidos por criptografia — tipo de codificação de textos e informações que impossibilita que pessoas não autorizadas reconheçam esses dados.
Plataformas de pesquisas online
Tem ficado cada vez mais comum que grandes empresas contratem plataformas para realizar pesquisas de mercado na internet.
As informações levantadas por estas últimas vão desde dados socioeconômicos e culturais até aspectos demográficos, informações de contato e gosto pessoal.
Se esse é o seu modelo de negócio, deixe bem claro para as pessoas que respondem a essas perguntas como você fará um bom uso das informações que elas lhe cederam.
Empresas de recursos humanos
Não são só os dados dos seus consumidores que importam para a sua reputação. Se o seu ramo não é o de Recursos Humanos, não importa: em algum momento você pode precisar dos serviços de uma empresa dessa área.
Escolha aquela que adota uma política rígida de confidencialidade ao lidar com os dados dos seus colaboradores. Nunca é demais reforçar aquela regra que diz que só há cliente satisfeito se houver, antes, colaboradores satisfeitos.
Dicas para montar uma política de privacidade
Acompanhe agora um passo a passo mais detalhado para montar seu próprio documento de confidencialidade e incluir nele todos os aspectos importantes para garantir sua utilidade:
1. Entenda o que a legislação determina
A partir do Marco Civil da Internet muita coisa mudou para melhor nas relações no ambiente virtual. O primeiro passo para que a sua empresa elabore um regime interno para lidar com os dados dos clientes é compreender muito bem o que a lei determina.
Tenha em mente também que muitas leis que regem relações comerciais fora do ambiente virtual têm validade online. Um bom exemplo é o Código de Defesa do Consumidor.
2. Ofereça mais do que as leis exigem
As leis só existem para regular aquilo que o bom-senso não resolve, não é mesmo? Não é porque certas práticas não estão previstas que elas deixam de ser justas e fazerem sentido para as relações entre você e os seus consumidores.
Esforce-se para oferecer todas as formas possíveis de tranquilidade e conveniência ao lidar com os dados deles e tenha clientes fiéis, que confiam em você e enxergam a autoridade e transparência da sua marca.
3. Redija um texto claro, inteligível e sem “juridiquês”
Um erro muito comum dos empreendedores que colocam no papel a sua política de privacidade é torná-la incompreensível por conta do excesso de termos técnicos da área jurídica.
Em alguns casos, esse erro vem de um certo receio de que compartilhar com os consumidores o uso que será feito dos dados deles poderá afastá-los e atrapalhar o processo de conversão.
Não cometa esse erro. A única coisa que pode afugentar as pessoas que pretendem contratar os seus serviços é uma política de privacidade que não dá pra entender. Evite abusar do jargão jurídico e deixe cada parágrafo do texto o mais claro possível.
4. Seja detalhista
Inclua informações sobre cada momento em que os dados são coletados. Isso significa aqueles que você solicita em formulários, mas também os que são coletados automaticamente como cookies e web beacons.
E se você não sabe como esses programas coletam dados dos visitantes do seu site, informe-se a respeito!
Eles recolhem informações como tempo de permanência, páginas visitadas, preferências por certos temas, etc. Por meio deles é que dados são analisados pela equipe de marketing digital das empresas e campanhas de email marketing e remarketing são pensadas.
Tente citar, ainda, cada uso que pode ser feito dos dados fornecidos, incluindo venda de dados (prática nada recomendável, mas que é feita por algumas empresas) e outros.
5. Disponibilize a política de privacidade em cada canto do seu site
Uma vez redigido esse importante documento, assegure-se de que ele esteja visível em todos os lugares.
Inclua links para acessá-lo, disponibilize-o em uma página do seu site com uma chamada em um menu suspenso, envie-o por email imediatamente após uma compra ou preenchimento de um formulário e sempre o mencione em outras ações, junto com links para o seu conteúdo.
6. Atualize constantemente suas regras de privacidade
Suas diretrizes a esse respeito podem mudar com o tempo, seja por atualizações nas leis ou por melhorias na sua política de privacidade.
Quando isso acontecer, altere também o documento original e, principalmente, avise suas leads, clientes e visitantes por email.
A princípio, pode parecer que isso vai ser apenas mais um email na caixa de entrada deles, mas a verdade é que a maior parte das pessoas gosta de ver que seus mecanismos de segurança têm sido atualizados.
7. Disponibilize opções para que eles se neguem a dar informações
Ainda que você coloque em prática todos esses cuidados, ainda há quem prefira não se expor um mínimo que seja.
Disponibilize links para que essas pessoas se descadastrem da sua lista de emails — afinal, elas também utilizam cookies e web beacons — instrua sobre como navegar em modo anônimo ou como desabilitar opções de compartilhar dados do usuário no navegador.
A segurança dos seus consumidores deve ser colocada à frente das necessidades financeiras da sua empresa, se você quiser construir uma marca de valor.
Conclusão
Credibilidade é uma condição muito importante para que uma marca se estabeleça.
E ela se baseia em critérios que vão além de apenas oferecer bons produtos e serviços e ter uma campanha de marketing inteligente.
Transparência e seriedade com os dados fornecidos pelos seus clientes reais e potenciais é uma das coisas que vai criar aquele elo duradouro entre vocês, resultando numa relação que ultrapassa os limites da simples transação comercial e atinge o campo da confiança mútua.
Mesmo com todos esses motivos para você ser cuidadoso com a política de privacidade da sua empresa, pode ser que ainda falte tempo para criar uma. Que tal conhecer o Gerador de Política de Privacidade? Com ele você tem acesso a todos os benefícios dessas normas sem gastar muito tempo para elaborá-las!
Artigo produzido pela equipe do Saia do Lugar.