Opa, tudo bom?
É muito difícil aprender a se comunicar.
E não digo isso apenas de forma profissional, até mesmo comunicação pessoal é um bicho de sete cabeças. Sempre achei que tinha a habilidade de ser um ouvinte formidável, mas pecava muito na capacidade de me fazer ouvir.
Uma bela manhã, cansado da rotina de trabalho e determinado a bradar minha insatisfação aos meus superiores, percebi que não fazia a mínima ideia de como expressar o que estava sentindo. Estava pronto para realizar novas funções dentro da empresa, mas não sabia o que pediria, nem como pediria, nem sequer o tom que poderia usar. A percepção dessa minha inabilidade me fez realizar que talvez eu não estivesse tão pronto o quanto acreditava, e foi o principal incentivo para a grande mudança que ocorreu a partir dali.
Mas como eu poderia começar? Todos nós em algum momento da vida já experimentamos boas conversas, sabemos como elas são. Aquele tipo de bate-papo onde saímos inspirados e envolvidos, sentindo uma conexão real. Na prática, não existe motivo algum que impeça todas as nossas conversas de serem assim. Em algum momento da troca de palavras esse encanto se perdia, e resolvi me perguntar o porquê.
Do alto de sua sabedoria, Buda disse que “se sua boca está aberta, você não está aprendendo”. Quantas conversas profundas devo ter perdido ao longo de toda a minha vida, simplesmente porque não conseguia tirar da cabeça o que faria mais tarde para o jantar? Quantas conversas profundas você perdeu porque não conseguia parar de falar?
Comecei a entrar em conversas acreditando que tenho algo diferente a aprender em cada uma delas e, às vezes, me permitindo a deixar de lado minha opinião pessoal. Aprendi a controlar minha vontade insana de interromper as pessoas: histórias e ideias pipocavam em minha mente e, consumindo pela necessidade de botar elas para fora, acabava parando de ouvir e matando uma conversa que teria muito potencial. Parei de fingir saber coisas que não sei, já que conversas não são uma oportunidade de autopromoção.
Com o tempo, me tornei um expert em conversas. Quando se parte do princípio de que todo mundo tem algo escondido e incrível para contar, toda troca de palavras se torna interessante. Sua atenção se aguça. Mantenho minha boca fechada, minha cabeça aberta e estou sempre pronto para me surpreender. E o melhor de tudo? Nunca me desapontei agindo assim.
Do alto de minha coragem, juntando todo o conhecimento que lutei muito para conseguir, chamei meu gestor para conversar e lutar pela minha evolução como profissional
Hoje, estou aqui contando essa história como Head de Atendimento na empresa que me fez entender a importância de uma boa conversa.
Converse. Ouça. Com certeza você vai se surpreender.
João Cardoso Líder de Sucesso do Cliente We Do Logos