Quando você precisa deixar uma empresa, fazer uma carta de demissão é uma prática fundamental. Independentemente do motivo que tenha causado o desligamento com o lugar em que trabalhou, esse documento é a formalização do processo entre o negócio e o empregado.
É a carta de demissão que garantirá os direitos tanto do contratante quanto do contratado. Uma hora ou outra, todo mundo precisará elaborar esse escrito… Que tal se manter mais bem preparado desde agora? Confira aqui as principais dicas para escrever uma carta de demissão!
Para que ela serve?
A carta de demissão é um texto pedido pela grande maioria das empresas, quando um funcionário pede seu desligamento. Ela é um registro escrito de que foi o funcionário que pediu demissão — e, por isso, garante os direitos da empresa e da pessoa que está deixando o local de trabalho.
Obviamente, é preciso conversar com seu chefe antes, avisando-o que gostaria de deixar a empresa. Esta reunião é a hora de combinar as condições de seus últimos dias na empresa. Depois de feita aquela conversa, a carta de demissão formaliza o processo.
Por lei, o funcionário deve seguir algumas medidas quando pede demissão: por exemplo, continuar no negócio por um período de 30 dias, que é o chamado aviso prévio. Você poderá cumprir este aviso prévio? Se não, por quanto tempo ainda poderá ficar na empresa? Esses pontos também devem ser colocados no texto.
Vale lembrar, no entanto, que o empregador pode aceitar a dispensa do aviso prévio ou não. Se ele não aceitar, o empregado terá que pagar uma multa incidente sobre o mês não trabalhado.
Além disso, se já tiver uma nova vaga em vista, é preciso conversar com o novo chefe e explicar que precisa de alguns dias para concluir seu trabalho no antigo negócio.
Por que fazer uma carta de demissão?
É claro que a má adaptação, o stress ou o gosto pessoal interferem na hora de pedir demissão. Mas nem sempre quem está pedindo demissão o faz por não gostar do emprego.
Muitas vezes, o local é ótimo, todavia pode ter surgido uma oportunidade melhor. Outras vezes, algum problema de família torna impossível que a pessoa continue trabalhando, ou ainda mudanças de endereço (e de cidade) provocam a saída do colaborador.
Em muitos locais, a carta é obrigatória. E mesmo nos locais onde ela não é, a indicação é de que seja elaborada. Isso porque se trata de prova escrita daquilo que você pode ter acordado verbalmente com seu chefe na hora da demissão.
Por exemplo: se, ao pedir o desligamento da empresa, chefe e funcionário conversaram e chegaram ao acordo de que ele cumpriria 15 dias de aviso prévio, a carta será uma garantia de que aquilo é o que vai acontecer. É sempre melhor prevenir que remediar, não é mesmo? Para evitar processos e desentendimentos excessivos, passe para o papel tudo aquilo que ajustaram.
Como fazer sua carta de demissão?
A produção da carta de demissão é um processo importantíssimo para o desligamento amigável de uma empresa. Você nunca sabe se voltará a trabalhar com ela algum dia, não é verdade? Fazer este processo de forma tranquila garantirá um bom relacionamento com a companhia antiga, o que pode ser útil para o futuro.
O tom da carta
É importante manter um tom amigável ao escrever a carta. O ideal é que você avalie como é a sua relação com seu chefe. Vocês são próximos ou sempre tiveram alguma distância? Mantenha o mesmo jeito de se expressar de antes, mas não se esqueça que o tom da carta deve ser simpático para aquele que a recebe.
A carta de demissão, apesar de levantar muitos pontos, devem ser simples. Não se alongue muito em explicações ou relatos, do contrário, pode abrir margem para interpretações erradas de seu chefe. Seja simpático, mas objetivo e conciso.
A formatação da carta é padrão (ou seja, fonte Arial 12 com espaçamento de 1,5 entre linhas e texto justificado). Logo, nada de tentar inovar no design e formato do documento, combinado? Mantenha a seriedade e o profissionalismo que a situação exige.
Os pontos a serem levantados
Antes de escrever a carta, é preciso saber exatamente o que você pretende com aquilo. Você gostaria de receber contra propostas de seu atual emprego? Ou a decisão é definitiva? É importante tomar cuidado para não deixar subentendido uma coisa, se seu objetivo for outro.
Também é necessário expor a questão do assunto prévio, ou seja, quantos dias você poderá continuar na empresa após o pedido de demissão. Mesmo que não possa cumprir o período inteiro (de 30 dias), é de bom tom dar algum tempo até que a empresa consiga encontrar algum profissional para substituí-lo.
Lembre-se que não é obrigação da empresa dispensar o funcionário do aviso prévio: se este for o caso, o profissional deverá pagar uma multa para o antigo local de trabalho.
Por isso, é bom deixar um tempo hábil para que a companhia encontre um novo profissional, bem como deixar claro, na carta, a sua disponibilidade para ajudar neste período de transição.
Os motivos que o fizeram pedir demissão
Esta dica não é obrigatória, mas muita gente costuma enumerar as razões que o fizeram se desligar da empresa. Claro, é preciso ter discernimento na hora de escrever estes tópicos.
Você está profundamente desapontado com a empresa? Neste caso, talvez não seja a melhor opção entrar em muitos detalhes.
No entanto, se sua saída está sendo forçada por motivos independentes (como maternidade ou um novo emprego) a da sua adaptação ao ritmo de trabalho, citar essas razões é uma boa ideia.
Tenha em mente que esta é a chance de fazer com que seu chefe saiba pelo que está passando e entenda o seu lado, certo? Ninguém precisa de um chefe pegando no seu pé nos seus últimos dias de trabalho.
Os agradecimentos
Deixe para o final da carta seu agradecimento por ter trabalhado naquele local. Escreva brevemente sobre boas experiências que passou no local e mostre sua consideração pela equipe que lá trabalha. É essencial encerrar a carta em um tom positivo, que mostre o quanto valorizou a sua experiência na companhia.
Esta dica serve também para quem está saindo da empresa por não gostar do local. Mesmo que a tentação de escrever críticas e enumerar tudo que está sendo feito errado na firma seja grande, não passe esse sentimento para o papel.
Tenha sempre em mente que a carta de demissão é um procedimento formal que visa criar um acordo entre os dois lados interessados, e não aumentar a hostilidade entre a empresa e o funcionário.
É importante, ainda, deixar seu telefone ou email para que o chefe (e a equipe) possa entrar em contato com você depois que deixou o emprego. Isso mostra que está aberto e torce pelo sucesso da empresa, o que te deixará com aspecto amplamente agradável e ameno. Termine a carta com frases como “Espero que possamos manter contato”, ou alguma outra expressão similar.
O que não escrever
A carta de demissão não deve ser encarada como um momento para “lavar a roupa suja” com quem o chefia na empresa. Não é a hora de manter animosidades ou delatar aquele outro funcionário com quem você não se dá muito bem.
Sua carta de demissão, por ser um documento, ficará arquivada em sua documentação pessoal. Por isso, é preciso pensar muito naqueles assuntos que realmente acha prudente levantar em seu texto.
Também, nunca peça, na carta, alguma indicação para outros empregos. Lembre-se, você está escrevendo o texto para se desligar do local onde trabalha. Se você precisa dessas referências, faça o pedido a parte, por email ou pessoalmente.
Vale a pena escrever a mão ou digitar a carta?
A maioria das empresas pede que a carta seja escrita de próprio punho.
Pode parecer estranho, mas isso é outra técnica de defesa da empresa: algumas vezes, um antigo funcionário pode alegar que foi coagido a assinar o documento digitado, e entrar com processos trabalhistas contra o empregador.
Obviamente, é muito mais fácil coagir alguém a assinar um documento do que a redigi-lo do começo ao fim, certo? Escrever a carta a mão, então, serve como uma forma que a instituição encontrou para se prevenir de futuras questões na justiça.
Além disso, é preciso lembrar que, caso a pessoa trabalhe no local por mais de um ano, ela precisará homologar o pedido de demissão em seu sindicato. No local, serão feitas algumas perguntas; por exemplo, se o funcionário realmente deseja pedir demissão do local.
Como fazer a conclusão e arrematar esse documento?
A carta de demissão deve ser encarada por aquilo que ela é: um último documento formal entre a empresa e aquele funcionário. Ela não é um desabafo ou uma oportunidade de falar verdades sobre aquele ambiente.
O objetivo dela é ajudar, não atrapalhar, então busque pensar em longo prazo. Quando você saberá se vai precisar de uma indicação de alguém que trabalhou no local?
Quando bem elaborada, a carta de demissão pode facilitar, e muito, o relacionamento entre o chefe e o funcionário, mesmo que eles não venham mais a trabalhar no mesmo local. Principalmente se você continuar na mesma área, ter um bom relacionamento com sua antiga empresa é sempre uma boa ideia.
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Artigo produzido pela equipe do Saia do Lugar.